sábado, 15 de março de 2014

Cerca de 400 gays “evangélicos” participam de retiro espiritual


Igrejas evangélicas em todo Brasil fizeram retiros espirituais durante o feriado de Carnaval. A Igreja Cristã Contemporânea, uma igreja inclusiva, fundada por pastores homossexuais, também realizou um acampamento.
Durante o feriado prolongado 400 gays que fazem parte da denominação estiveram reunidos em um sítio em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro.
O blog LGBT do jornal “O Dia” entrevistou alguns frequentadores do retiro e ouviu declarações de que foram dias de “experiências sobrenaturais”.
“O que acontece na minha vida nesses dias de retiro é um avivamento do meu chamado. É uma experiência sobrenatural que descrever com palavras é praticamente impossível. A forma como a palavra é conduzida é como se o próprio Deus estivesse falando conosco”, disse o professor de história Carlos Alberto Lopes que pela terceira vez participava do acampamento da igreja.
Para participar do acampamento cada fiel precisou pagar R$420, quem não pode ir foi orientado pelos pastores Marcos Gladstone e Fabio Inácio para não participarem das festas de Carnaval.
“O Carnaval gay é muito propício à promiscuidade. A pessoa que vai à festa está com o pensamento de que não é de ninguém. Não é essa a visão que a gente tenta passar. A gente tenta mostrar uma vida diferente, o amor. A gente quer mostrar o outro lado, de que os gays buscam uma vida a dois, o casamento”, disse o pastor Gladstone.

O discurso contra a promiscuidade é até parecido com o das demais denominações, mas a diferença da Igreja Contemporânea está em aceitar a prática homossexual, algo condenado na Bíblia.
“Diferentemente de outras igrejas, a gente não tem o cunho de condenação a ninguém e nem a escolha de cada um, mas a gente busca acolher aqueles que buscam por um caminho espiritual, o encontro com Deus”, disse o pastor.
Entre os participantes do acampamento gay estava o músico Francisco Lopes, 50, que estava afastado da igreja há 15 anos. Ele era frequentador da Assembleia de Deus, mas não se sentiu acolhido por ser homossexual e deixou a fé. Na Igreja Contemporânea ele se sentiu amado e hoje frequenta os cultos ao lado de seu esposo. “Hoje eu posso louvar a Deus da forma que eu sou porque sei que Deus me ama da forma como sou”, disse ele.
As pregações que aconteceram durante os quatro dias de feriado foram transmitidas via internet e durante este período até cerimônia de batismo os pastores realizaram no sítio onde 78 pessoas desceram as águas.

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